O que é hipérbole? | Significado e exemplos
Hipérbole é uma figura de linguagem que exagera aquilo que se comunica, seja para criar drama, humor ou dar ênfase a algo.
Em vez de descrever a realidade como ela é, a hipérbole extrapola os limites, às vezes até o impossível, só para reforçar uma ideia.
Chorei um oceano de lágrimas.
Essa música é tão triste que me destruiu.
Se eu te esperar mais um minuto, viro estátua.
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Rodei a cidade inteira atrás de Wi-Fi.
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O que é hipérbole?
Hipérbole é a figura de linguagem que utiliza o exagero intencional para dar mais ênfase a algo. No geral, a hipérbole transforma a linguagem comum em algo extraordinário.
Isso envolve fazer declarações ou afirmações que vão além do sentido literal, seja na fala ou na escrita, para alcançar diferentes propósitos e efeitos, da piada ao impacto emocional.
- Te amo daqui até a Lua e de volta.
Hipérbole usada para expressar emoção e amplificar sentimentos.
- Esperei tanto na fila que virei fóssil.
Hipérbole que pode gerar humor por criar uma imagem absurda.
- Já falei isso um milhão de vezes.
Hipérbole usada para destacar uma ideia, no caso, a repetição.
Hipérbole | Significado e origem da palavra
A palavra hipérbole vem do grego hyperbolḗ, que passou ao latim como hyperbole e daí para o português.
- hyper = “além, acima, excesso”
- bolḗ = “arremesso”, substantivo ligado ao verbo bállein “lançar”
Ou seja, o sentido literal é “lançar além”, o que combina com a ideia de exagerar.
Os oradores gregos já recorriam a esse recurso para manter o público atento; depois, os romanos adotaram tanto o termo quanto a técnica.
Quando hoje dizemos algo como “esperei uma eternidade”, estamos repetindo uma técnica que existe há mais de dois mil anos.
Manuais de retórica, por sua vez, indicam que auxese é o nome do conceito geral de amplificação, e a hipérbole é apenas uma das estratégias que produzem esse efeito.
Uso e exemplos de hipérbole
Hipérboles são frequentemente utilizadas na música, na literatura, na publicidade, em discursos e também nas conversas do dia a dia.
Um exemplo clássico de hipérbole na música brasileira é Exagerado, de Cazuza.
Se você não me notar
Eu posso até morrer de fome
Se você não me amar…”
Na literatura brasileira, a hipérbole brilha em Grande Sertão: Veredas, de Guimarães Rosa.
- “O sertão é do tamanho do mundo.”
A frase ignora qualquer escala possível para deixar claro que o sertão do autor é mais do que uma região: ele representa uma experiência humana universal.
Na publicidade brasileira, a hipérbole também serve para grudar um slogan na memória, como é o caso da palha de aço Bombril.
- “Tem 1001 utilidades.”
Ninguém interpreta o número como valor exato, mas a hipérbole passa a ideia de versatilidade.
A propaganda fez tanto sucesso que virou até exemplo de metonímia:
- Fulano é Bombril.
Usa-se o nome da marca para representar a qualidade de uma pessoa versátil, que faz tudo. A metonímia ocorre nessa troca, na troca da marca pelo atributo.
Em alguns discursos, sobretudo políticos, usa-se hipérbole para provocar emoções e criar um senso de urgência, o que pode ajudar a motivar o público a agir ou apoiar uma causa.
A hipérbole deve ser interpretada como linguagem figurada, enquanto mentir implica fazer afirmações falsas com a intenção de enganar.
Tipos de hipérbole
As hipérboles podem surgir em palavras ou frases que amplificam uma ideia de diversas formas — seja por repetição, generalização, quantificação ou pelo uso de superlativos.
| Tipo | Como funciona | Exemplo |
|---|---|---|
| Repetição | Repete palavra(s) ou estrutura(s) para multiplicar a impressão de excesso. | Chamei, chamei, chamei e ninguém atendeu! |
| Generalização | Usa termos de alcance total (sempre, nunca, todo mundo, ninguém) para ampliar o enunciado ao absoluto. | Ninguém no planeta faz brigadeiro melhor que ela! |
| Quantificação | Emprega números impossíveis ou precisos demais para a realidade, por ex., milhares, milhões ou toneladas. | Expliquei isso um milhão de vezes. |
| Uso de superlativo | Coloca algo no grau máximo com sufixos (-íssimo) ou construções analíticas (o melhor, o maior…). | Recife tem a maior avenida em linha reta do mundo. |
Hipérbole por diminuição vs. Eufemismo
Além de amplificar, é possível diminuir ou atenuar algo com uso de hipérbole.
- O mercado fica só a dois passos daqui.
- Ela era tão miúda, menor que um grãozinho de areia.
- Isso aqui pesa menos que uma pena.
O exagero opera no sentido inverso: não infla a realidade, a encolhe para enfatizar.
A hipérbole por diminuição não deve ser confundida com eufemismo, figura de linguagem usada para amenizar palavras ou expressões, trocando-as por outras mais brandas.
- Hipérbole – Exagera para mais ou para menos.
- Eufemismo – Suaviza o que pode ser tido como desagradável ou ofensivo.
- Volto em um segundinho. (Hipérbole por diminuição)
- O vereador faltou com a verdade (Eufemismo)
- O político cometeu só um deslizezinho de uns centavos. (Ambos)
É comum que figuras de linguagem se sobreponham.
Quando “deslizezinho” substitui “roubo” ou “desvio de verba”, suavizando o ato, é eufemismo.
Reduzir o suposto desfalque a “uns centavos”, um valor irrisório, exagera para menos a gravidade.
Logo, também é uma hipérbole por diminuição.
Hipérbole e outras figuras de linguagem
Expressões hiperbólicas são criadas frequentemente em conjunto com outras figuras de linguagem, como metáfora, ironia, comparação (símile) e personificação (prosopopeia).
- O senhor era tão velho quanto Matusalém.
A frase representa uma comparação hiperbólica, com o uso de quanto para comparar.
- Ah, com certeza ele é o melhor marido do mundo.
A hipérbole ainda pode ser irônica, a depender do contexto e entonação da pessoa.
- O vento assobiava tão forte que parecia capaz de arrancar os telhados.
A personificação atribui um ato humano ao vento; a hipérbole exagera a sua força.
- Ele é um monstro.
A metáfora ajuda a “transferir” para alguém as qualidades atribuídas a um monstro, o que intensifica a descrição sem usar termos comparativos explícitos (quanto, como, etc.).
Essas figuras ajudam a destacar características como a forma, o tamanho ou a quantidade. Ou para fazer algo parecer maior, melhor ou pior do que realmente é.
Alguns manuais já registram esse uso enfático, porém alguns o rejeitam por contrariar o sentido tradicional da palavra, que deveria indicar algo de modo fiel, “ao pé da letra”.
Independentemente da situação ou do formato, a hipérbole ajuda a tornar as descrições ou diálogos mais persuasivos, memoráveis ou dramáticos.
Exercício sobre hipérbole
Perguntas frequentes sobre hipérbole
- Qual é um exemplo de hipérbole?
-
Um exemplo de hipérbole é a seguinte frase:
- Estou tão faminto que poderia comer um dragão.
Usando exageros claros e imagens marcantes, o falante consegue transmitir bem o quanto está com fome.
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- Quais são os recursos para criar hipérbole?
-
A hipérbole pode ser criada com diversos recursos, como:
- Usando comparações:
- Ex.: O bebê é tão branco quanto o leite.
- Repetindo palavras:
- Ex.: Toda manhã, ela coloca quilos e quilos de maquiagem.
- A partir de metáforas:
-
- Ex.: Você é o Sol da minha vida.
É muito comum o uso de palavras relacionadas à quantidade, como “milhares” ou “toneladas”, além de superlativos, como “o mais”, “o melhor”, entre outros recursos.
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- Usando comparações:
- Por que se usa hipérbole na literatura?
-
A hipérbole é uma figura de linguagem que os escritores usam para destacar algo específico e chamar a atenção do leitor.
O uso do recurso é uma ótima maneira de dar um toque de humor, grandeza ou drama à narrativa.
No Poema de Sete Faces, Carlos Drummond de Andrade versa:
“Mundo mundo vasto mundo,
mais vasto é meu coração.”
Nele, o poeta cria uma imagem impossível que intensifica o sentimento de imensidão interior e profundidade emocional.
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Nova, L. (8 de setembro de 2025). O que é hipérbole? | Significado e exemplos. Quillbot. Acessado e 20 de novembro de 2025, em https://quillbot.com/pt/blog/figuras-de-linguagem/hiperbole/
