Prosopopeia | Significado e exemplos

A prosopopeia é a figura de linguagem que atribui características humanas a algo que não é humano, como um animal, um objeto ou até mesmo uma ideia abstrata.

Os autores utilizam esse recurso para criar mais drama ou despertar interesse, gerando o envolvimento dos leitores.

Prosopopeia: exemplos
O vento folheou as páginas do livro, ansioso pelo fim da história. (Fenômeno natural)

A caneta teimou em dançar sobre o papel, mesmo sem nenhuma ideia pronta. (Objeto)

A saudade bateu na janela, implorando um lugar à mesa. (Conceito abstrato)

A andorinha perguntou à primavera se já era hora de voltar para casa. (Animal)

A praça convidou os transeuntes a sentar-se sob a sombra das árvores. (Lugar)

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Prosopopeia: definição e significado

A prosopopeia é a figura de linguagem que atribui traços humanos a seres não-humanos, como ações, pensamentos, sentimentos ou emoções.

Também conhecida como personificação, a figura ajuda a tornar descrições mais vívidas. É bastante usada no dia a dia, na fala ou na escrita.

Na fala cotidiana, a prosopopeia torna frases comuns mais divertidas e fáceis de imaginar.

Prosopopeia: exemplo no cotidiano
A porta resolveu emperrar justo agora.

O sol não quer dar trégua.

O Wi-Fi está de mau humor hoje.

Só a História poderá nos julgar.

Por que o despertador me odeia?

O termo prosopopeia vem do grego prosōpopoiía: prósōpon (“rosto, máscara, personagem”) + poié-ein (“fazer, criar”).

No latim, prosopopoeia manteve a ideia de “dar rosto” a quem não tem.

Assim, as frases vestem máscaras e encarnam gestos, vozes ou intenções humanas no corpo do texto.

Nota: 
Perceba o uso da prosopopeia na descrição figurada da sua própria função:

  • Frases vestem máscaras e encarnam gestos, vozes ou intenções humanas.

Nela, a metáfora também entra em cena, pois “vestir” transmite a ideia de assumir um papel, como se a frase atuasse. Figuras de linguagem costumam dividir o palco.

Prosopopeia vs. antropomorfismo

A diferença entre prosopopeia e antropomorfismo pode ser desafiadora.

Os dois recursos atribuem traços humanos a objetos ou seres inanimados, irracionais, mortos ou ausentes. Há, entretanto, uma diferença significativa entre eles:

  • Prosopopeia atribui traços humanos a quem não os tem para produzir efeito expressivo. É episódica, pensada para intensificar a cena ou ideia dentro de um texto, verso ou até anúncio publicitário.
  • Antropomorfismo cobre toda atribuição de traços humanos a não-humanos, em qualquer contexto (arte, ficção, mitologia, etc.), com ou sem texto. Pode ser pontual ou estrutural, funcionando de modo literal dentro do seu contexto.
Prosopopeia e antropomorfismo
Situação Observação Classificação
Fábula inteira Raposa, leão, corvo vivem como cidadãos; falas e tramas se repetem. Antropomorfismo estrutural (leitor aceita o “acordo” de que o não-humano “é” humano)
Frase isolada: “A raposa olhou a uva e disse: ‘Estás verde!’” O narrador atribui fala pontual a um animal. A fala é prosopopeia; se a raposa continuar falante na história inteira, vira também antropomorfismo estrutural.
Tom (de Tom & Jerry) berra: “Vou te pegar!” dentro do desenho animado. Dentro daquele universo, falar é regra: o gato já é um “ator” humano. Antropomorfismo estrutural (não há efeito figurativo, apenas fala de um personagem antropomórfico)
Locutor ou narrador descreve o episódio:

“O medo imobilizou Tom e o gato implorou por socorro.”

Observador usa verbos de gestos humanos para tecer comentários. Prosopopeia, logo, antropomorfismo.

Em suma: todo uso literário de prosopopeia é, por definição, antropomórfico.

Por outro lado, nem todo antropomorfismo vira prosopopeia; um recurso retórico precisa ser aplicado na linguagem para ganhar esse rótulo.

Nota
A prosopopeia é classificada pelos principais manuais como figura de pensamento, figura de linguagem que atua no plano das ideias, mudando a imagem mental do leitor.

O antropomorfismo, por sua vez, não é uma figura de linguagem; é um conceito mais amplo que pode ser usado como estratégia narrativa.

Prosopopeia: exemplos na literatura e na música

Em As praias desertas, canção de Antônio Carlos Jobim e Vinícius de Moraes, o mar “brinca” e “chama”, verbos que supõem vontade e voz, típicos da prosopopeia.

Prosopopeia: exemplo na música
“As praias desertas continuam

Esperando por nós dois

A este encontro eu não devo faltar

O mar que brinca na areia

Está sempre a chamar

Agora eu sei que não posso faltar…”

A paisagem deixa de ser mero pano de fundo: transforma-se em personagem, reforçando o convite amoroso que atravessa a canção-poema.

Já no romance São Bernardo, de Graciliano Ramos, animais e elementos da paisagem assumem traços humanos, refletindo também o estado de espírito do narrador.

Prosopopeia: exemplo na prosa
“Lá fora os sapos arengavam, o vento gemia, as árvores do pomar tornavam-se massas negras.”

Seja nas páginas dos livros ou na fala do dia a dia, a prosopopeia empresta expressividade às frases, tornando-as mais vívidas e memoráveis, e cativando quem lê ou escuta.

Perguntas sobre prosopopeia

Qual é um exemplo de prosopopeia?

“O medo perambulava pela aldeia enquanto a noite caía” é um exemplo de prosopopeia. O medo é uma emoção, logo não pode perambular por uma aldeia ou qualquer outro lugar.

Este também é um exemplo de como a prosopopeia pode dar vida a uma descrição.

Outros exemplos de prosopopeia são:

  • O frio me deu um tapa na cara.
  • Enquanto passava pela cozinha, o sorvete me chamou do congelador.
  • A aconchegante cabana me abraçou com seu calor.

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Qual é o principal efeito da prosopopeia no texto?

O principal efeito da prosopopeia é ampliar a expressividade do texto, fazendo o leitor ou ouvinte se envolver mais.

A prosopopeia é uma figura de linguagem muito utilizada na literatura para:

  • Estimular a imaginação: vento que “sussurra”, rio que “canta”.
  • Tornar a cena vívida: relógio que “corre”, chama que “dança”.

Além disso, essa técnica é frequentemente aplicada na escrita e na fala do dia a dia também para:

  • Acrescentar humor ou exagero: planta que “suplica” por água.
  • Dar força à mensagem: comida que “chama” para comer.

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Qual é um exemplo de prosopopeia na literatura?

Em Perto do Coração Selvagem, Clarice Lispector utiliza prosopopeia para “dar vida e voz” a objetos domésticos:

O silêncio arrastou-se zzzzzz.

O guarda-roupa dizia o quê? Roupa-roupa-roupa.”

No trecho, a autora ainda usa onomatopeia (“zzzzzz”), figura de linguagem em que palavras imitam ou sugerem sons.

As figuras de linguagem conferem à cena um tom lúdico e inquietante que é típico da prosa clariciana.

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Luana Nova, BA

Pós-graduada em storytelling com dados e bacharela em comunicação social. Especialista em design de conteúdo e linguagem simples. Atua em redação há 12 anos e faz pesquisa em web semântica.